domingo, 22 de agosto de 2010

Um estranho

Com leveza desce as escadas, degrau por degrau. Corre, lentamente, a porta. Acende a luz, acende a outra luz. Abre a porta de saída, a escuridão adentra o espaço e junto com ela: o frio. Deixa a porta entre-aberta. Parada, se apoia no frezzer. O relógio roxo evoca a sonolenta hora: 5:55. Olha para o vidro da porta de saída, espera o tempo passar. De repente! Se assusta, a corrente sanguinea é intensa, em segundos ela passa por todo o corpo e um iceberg para no estômago. Ainda com o olhar fixo no vidro a posição de alerta, passa a ser posição de temor. Estado de necessidade. Havia alguém ali, cara a cara, frente a frente. Havia um estranho do outro lado da vidraça.

Tão rápido quanto o susto é a jogada da percepção.

Tudo depende de como se enxerga o que se quer ver e o que se pode ver.
O inconsciente desperta uma situação, a imaginação moldura o perigo e a percepção transforma o que NÃO é, em ser aquilo que achamos que é, mero desfoque da realidade. Mero, erro de ângulo.

Tão rápido quanto o perigo te achar é a sombra te seguir e te enganar.

4 comentários:

  1. esse texto é sobre aquela vez q um marginal entrou na tua casa?

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. hehehehe, ficou parecido com aquela vez, né?

    Mas, não é!

    Luisa, de quem é a sombra? ...

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  4. Eu deveria estar estudando direito penal, mas enfim, resolvi navegar por ai... e prestando mais atenção no teu blog: que surpresa! Acho muito criativa a maneira como escreves, mas esse texto tá demais, e ri dos comentários! Hahaha
    Parabéns!

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