quinta-feira, 9 de junho de 2011

É quase estranho. O despertar do novo me aguçou. Fez olhar a fundo as difusas mensagens da alma. Transmissores enviaram-me fontes inseguras, sentimentos resolveram dar uma pulo no passado, trazendo a nostalgia. Não a recebi bem. Me mantive fechada, porém a essa altura é inevitável. Bobeira é esquecer. Não seria eu menos confusa sem toda a incongruência do antecedente. Ainda resta em mim todos os aspiros e suspiros que me fazem lembrar, não mais querendo esquecer. Cabe a mim, meu próprio policiamento: controlar a intensidade das bombas cotidianas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Abrindo minha caixa de pandora...

Mas que moça desnaturada! Que saudade de postar algo, por falta de assunto ou vontade aposto que não foi, o motivo foi me emaranhar em meus próprios propósitos e pensamentos. Destacar algum acontecimento importante dentre tantos e como um bingo sortear o número da sorte, aquele o qual seria o grande vencedor da rodada e que espalhasse nos caracteres dessa postagem a intensidade de um momento vivido ou as verdades do meu vivendo. A questão é sempre O QUE POSTAR? Como demonstrar as mais sórdidas bagunças desmembradas em frases que se juntam e que mostram ao leitor o que aconteceu comigo. O que se passa por mim. O que se passa em mim.

Que graça teria se eu soubesse? Que narração horizontal sairia?
Que diriam as elevações de uma mente que se diz surpreendente? Simplesmente elas não seduziriam. O sabor é deixar por estar, forçar o mais sensato assunto e acabar deduzindo que para este momento o ideal é apenas fechar os olhos e escrever qualquer bobagem, que seja capaz de seduzir, de deixar a vontade fruir. Imaginar o que seja bom e passar por cima de qualquer fragmento solúvel, mas que demora a se desfazer, como frases iniciais do tipo: "e se..." Se o "se" fosse grandioso, porém não é. Nunca será... A menos que esse SE amadureça e transforme-se em um SE otimista, um SE que queira dizer..."e SE DER CERTO?"

Se der certo, me desvincularia do emaranhado? Não sei, mas da sedução com certeza não.

domingo, 31 de outubro de 2010

She's married!

Pérolas já ditavam um novo começo, em meio a tantas experimentações o sorriso ansioso já anunciava a vontade de longos anos. Pude ver o brilho nos olhos, o olhar cansado de tanto correr, tudo para ficar, exatamente, dentro dos conformes.

Os dias que separavam a data especial estavam comprimidos em seu peito, a doce menina não suportava mais esperar, queria vestir-se. Queria rasgar papeis, desembrulhar presentes. Queria usar tudo de uma só vez.

A alegria contagiava, mal podia ela imaginar como seria. Se como nos sonhos ou se como nas falácias de fofocas e opiniões.

Seu espírito a fazia subir, olhar por cima. Lá no alto havia vozes cantantes, o som impregnou sua entrada junto aos perfumes das suaves pétalas brancas. A lágrima sacralizou o mais puro sentimento.

A certa hora já não sabia se era anjo ou fada, as asas - liberdade - eram os pés; os sapatos - a responsabilidade. A cada passo dado, uma parte do caminho era deixada para trás, membros deslocavam o préterito diretamente ao futuro. E o sapatos retirados? Foram suportes para o montante de fartura que estará por vir.

Te ama.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fui uma peça do tempo

Dia nublado, pesado pelas nuvens cinzas. Pensei em não sair e esnobar o tempo. Porém,


Olhei para o céu e beijei a chuva limpa, abaixei a cabeça e vi poças d'água, tomei cuidado: passei por uma, pulei outra, cai na última.
Clarões surgiam, mas eram apagados pelo vento diagonal, que desenrolava meus cabelos e fazia abrir o guarda-chuva.
O trabalho acabou mais cedo, chegando na rodoviária...
Quanto é a passagem? 8,7. Na carteira havia 8,3. Fui ao caixa eletrônico, devido a fila infinita fiquei petrificada no mesmo quadrado por um bom tempo. Minha vez. Até que enfim!
Bom sinal do tempo: senha bloqueada.
Confusão de ideias surgiam em um espaço mínimo de soluções, cinco passos dados. Sorte.
Destaquei um conhecido e pedi a ele a metade do valor de um dólar.
Voltar para casa eu ia...só não esperava andar quase uma hora em pé.
Estava eu bem posiocionada e escutando música. Mas, uma voz proferindo palavras ininterruptas me chama: moça, moça. Com licença! Moça, moça.
Adivinhem?! A poltrona era dela.
Levantei, xinguei educadamente o cobrador: como que vocês colocam mais pessoas que o necessário no ônibus? É proibido ir em pé na estrada.
Solicito o fiscal...
Sarcasticamente, ele me responde: o fiscal tá na rodoviária. Quer o número dele? 322(esqueci o resto). Fiquei quieta, meu sorriso desgostoso dizia tudo.
Ao chegar na querida terra do doce, desco do ônibus e o que acontece?
COMEÇA A CHOVER.
E querem saber? Seja Azar. Sorte. Acaso. Pilantragem do tempo. NÃO INTERESSA: apenas segui caminho e é óbvio que...
Olhei para o céu e beijei a chuva limpa, abaixei a cabeça e vi poças d'água, tomei cuidado: passei por uma, pulei outra e NÃO cai na última.

É, o dia foi tenso. (isso é o que alguém que conheço diria ;)

domingo, 22 de agosto de 2010

Um estranho

Com leveza desce as escadas, degrau por degrau. Corre, lentamente, a porta. Acende a luz, acende a outra luz. Abre a porta de saída, a escuridão adentra o espaço e junto com ela: o frio. Deixa a porta entre-aberta. Parada, se apoia no frezzer. O relógio roxo evoca a sonolenta hora: 5:55. Olha para o vidro da porta de saída, espera o tempo passar. De repente! Se assusta, a corrente sanguinea é intensa, em segundos ela passa por todo o corpo e um iceberg para no estômago. Ainda com o olhar fixo no vidro a posição de alerta, passa a ser posição de temor. Estado de necessidade. Havia alguém ali, cara a cara, frente a frente. Havia um estranho do outro lado da vidraça.

Tão rápido quanto o susto é a jogada da percepção.

Tudo depende de como se enxerga o que se quer ver e o que se pode ver.
O inconsciente desperta uma situação, a imaginação moldura o perigo e a percepção transforma o que NÃO é, em ser aquilo que achamos que é, mero desfoque da realidade. Mero, erro de ângulo.

Tão rápido quanto o perigo te achar é a sombra te seguir e te enganar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Imagine...

Imagine o aquário, a banheira e o mar. Imagine o peixe, a mulher e a ostra. Imagine o vidro, a espuma e a onda. Imagine o olhar, o toque e o desejo. Imagine os quatro cantos, a água quente e a imensidão. Imagine a privação, o descobrimento e a liberdade. Imagine a calmaria, os balanços e a fúria. Imagine o nado, o nu e o isolado. Imagine o ágil, o suave e o rígido. Imagine a lâmpada, a vela e a lua. Imagine a queima, o fogo e o luar. Imagine a fuga, o mergulho e o martelo. Imagine o consolo, o enxague e a vontade. Imagine a solidão, a companhia e a escolha. Imagine só o observar, o não ter e o não saber o que decidir. Imagine juntar o olhar, o pegar e o possuir. Imagine uma sereia, uma oportunidade e uma pérola. Imagine quebrar, soprar e remar. Imagine consertar, enxaguar e deslizar. Imagine sair do aquário, ir para a banheira e explorar o mar. Libertar o peixe, prolongar o banho e usar a pérola. Imagine a felicidade, o relaxamento e a vaidade. Agora, imagine um aquário sem peixe, uma banheira sem espuma e um marisco sem pérola. O que olhar, o que ensaboar e o que desejar?
...Imagine, imagine o que quiser, siga as atrações. Preencha os espaços.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Já passei fome!

Cá estou eu, adiando um possível artigo e fazendo outra aposta comigo mesma: acordar relativamente cedo para dar continuidade ao artigo amanhã. Confio nas minhas apostas, elas sendo restritas a mim, têm mais chances de darem certo.

Enquanto isso...vou bater um papo com o meu passado recente.

Mês de Junho. Noite agradável: nem muito frio nem frio. Resolvi me adiantar no banho e ir jantar mais tarde. Pedi carona para alguém que nunca tinha falado antes até o refeitório. Chegando lá, o refeitório já estava fechado. Que droga! Tudo bem, eu sabia que a comida ia ser ruim, mas ficar sem comer era pior. O que restava? Caminhar 1km a pé e sozinha num campus desconhecido até a barraca e comer algumas bolachas Bono que ainda restavam.
No percurso, desolada, andando em passos que intercalavam corridas e caminhadas surge um grupo de amigos: duas moças e um rapaz. Eles estavam indo ao refeitório. Paro-os e digo: vocês estão indo no refeitório? Ele está fechado. Uma onda de desânimo assolou aqueles jovens. Mas, um gesto mudou o meu humor. O rapaz estranhamente vira-se em minha direção, abre os braços, faz uma cara de consolo e me diz: "tu tá triste?" Silêncio. Ele continua: "Quer um abraço?"Aquilo me desarmou. Recusei. A cena foi cômica, o guri era cômico. Depois disso, o grupo perseverante seguiu caminho em busca de comida, eu fui junto! Tentamos ligar para alguma tele-entrega: insucesso. Tentamos conseguir carona até o supermercado mais próximo: insucesso. Tentamos achar alguma árvore frutífera: sem resultado. As duas moças ficaram paradas tentando descobrir alguma outra forma de conseguir comida, sei lá... De certo ficaram rezando para que hambúrgueres com batatas fritas caíssem do céu. Eu e o rapaz fomos em busca de comida, estabelecemos uma missão: se a gente conseguisse comida ele conseguiria o meu abraço. Para concluir a meta, rodeamos todo o campus procurando algum foco escondido de carboidrato, gordura ou proteína. As horas passavam e nada, a busca já estava baseada no filme: "Missão Impossível". O que nos alimentou mesmo foi o bom-humor, as comidas imaginárias e a nossa incrível imaginação fértil! "E se isso for um jogo? E se tiver alguém manipulando a gente? Vamos voar? Imite uma galinha!" Mas, mesmo assim, a busca prosseguia. Qualquer indivíduo que aparecia diante de nós a gente perguntava: "sabe o número de alguma tele-entrega?" Suplicávamos por comida. Era preciso absorver energia. Depois de muito tentar, surge uma alma desconhecida naquela escalada da noite que nos informou que havia uma senhora que fazia cachorro-quente. Como chegaríamos até ela? Bom, o que foi nos informado: "vão até o final dos apartamentos e dobrem à direita". Corremos. Outro problema surgiu. Que apartamento é o da mulher que faz cachorro-quente? Sei lá. Vai nesse mesmo. Que chute! Acertamos. Até que enfim! Depois de alguns bons minutos sentados, ansiosos e conversando chega o mais saboroso cachorro quente daquela noite!

Comendo, pedaço por pedaço, sem pressa de chegar ao fim, colocando na boca o valor daquela conquista voltamos ao alojamento. Missão Cumprida. Abraço dado.