domingo, 31 de outubro de 2010

She's married!

Pérolas já ditavam um novo começo, em meio a tantas experimentações o sorriso ansioso já anunciava a vontade de longos anos. Pude ver o brilho nos olhos, o olhar cansado de tanto correr, tudo para ficar, exatamente, dentro dos conformes.

Os dias que separavam a data especial estavam comprimidos em seu peito, a doce menina não suportava mais esperar, queria vestir-se. Queria rasgar papeis, desembrulhar presentes. Queria usar tudo de uma só vez.

A alegria contagiava, mal podia ela imaginar como seria. Se como nos sonhos ou se como nas falácias de fofocas e opiniões.

Seu espírito a fazia subir, olhar por cima. Lá no alto havia vozes cantantes, o som impregnou sua entrada junto aos perfumes das suaves pétalas brancas. A lágrima sacralizou o mais puro sentimento.

A certa hora já não sabia se era anjo ou fada, as asas - liberdade - eram os pés; os sapatos - a responsabilidade. A cada passo dado, uma parte do caminho era deixada para trás, membros deslocavam o préterito diretamente ao futuro. E o sapatos retirados? Foram suportes para o montante de fartura que estará por vir.

Te ama.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Fui uma peça do tempo

Dia nublado, pesado pelas nuvens cinzas. Pensei em não sair e esnobar o tempo. Porém,


Olhei para o céu e beijei a chuva limpa, abaixei a cabeça e vi poças d'água, tomei cuidado: passei por uma, pulei outra, cai na última.
Clarões surgiam, mas eram apagados pelo vento diagonal, que desenrolava meus cabelos e fazia abrir o guarda-chuva.
O trabalho acabou mais cedo, chegando na rodoviária...
Quanto é a passagem? 8,7. Na carteira havia 8,3. Fui ao caixa eletrônico, devido a fila infinita fiquei petrificada no mesmo quadrado por um bom tempo. Minha vez. Até que enfim!
Bom sinal do tempo: senha bloqueada.
Confusão de ideias surgiam em um espaço mínimo de soluções, cinco passos dados. Sorte.
Destaquei um conhecido e pedi a ele a metade do valor de um dólar.
Voltar para casa eu ia...só não esperava andar quase uma hora em pé.
Estava eu bem posiocionada e escutando música. Mas, uma voz proferindo palavras ininterruptas me chama: moça, moça. Com licença! Moça, moça.
Adivinhem?! A poltrona era dela.
Levantei, xinguei educadamente o cobrador: como que vocês colocam mais pessoas que o necessário no ônibus? É proibido ir em pé na estrada.
Solicito o fiscal...
Sarcasticamente, ele me responde: o fiscal tá na rodoviária. Quer o número dele? 322(esqueci o resto). Fiquei quieta, meu sorriso desgostoso dizia tudo.
Ao chegar na querida terra do doce, desco do ônibus e o que acontece?
COMEÇA A CHOVER.
E querem saber? Seja Azar. Sorte. Acaso. Pilantragem do tempo. NÃO INTERESSA: apenas segui caminho e é óbvio que...
Olhei para o céu e beijei a chuva limpa, abaixei a cabeça e vi poças d'água, tomei cuidado: passei por uma, pulei outra e NÃO cai na última.

É, o dia foi tenso. (isso é o que alguém que conheço diria ;)

domingo, 22 de agosto de 2010

Um estranho

Com leveza desce as escadas, degrau por degrau. Corre, lentamente, a porta. Acende a luz, acende a outra luz. Abre a porta de saída, a escuridão adentra o espaço e junto com ela: o frio. Deixa a porta entre-aberta. Parada, se apoia no frezzer. O relógio roxo evoca a sonolenta hora: 5:55. Olha para o vidro da porta de saída, espera o tempo passar. De repente! Se assusta, a corrente sanguinea é intensa, em segundos ela passa por todo o corpo e um iceberg para no estômago. Ainda com o olhar fixo no vidro a posição de alerta, passa a ser posição de temor. Estado de necessidade. Havia alguém ali, cara a cara, frente a frente. Havia um estranho do outro lado da vidraça.

Tão rápido quanto o susto é a jogada da percepção.

Tudo depende de como se enxerga o que se quer ver e o que se pode ver.
O inconsciente desperta uma situação, a imaginação moldura o perigo e a percepção transforma o que NÃO é, em ser aquilo que achamos que é, mero desfoque da realidade. Mero, erro de ângulo.

Tão rápido quanto o perigo te achar é a sombra te seguir e te enganar.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Imagine...

Imagine o aquário, a banheira e o mar. Imagine o peixe, a mulher e a ostra. Imagine o vidro, a espuma e a onda. Imagine o olhar, o toque e o desejo. Imagine os quatro cantos, a água quente e a imensidão. Imagine a privação, o descobrimento e a liberdade. Imagine a calmaria, os balanços e a fúria. Imagine o nado, o nu e o isolado. Imagine o ágil, o suave e o rígido. Imagine a lâmpada, a vela e a lua. Imagine a queima, o fogo e o luar. Imagine a fuga, o mergulho e o martelo. Imagine o consolo, o enxague e a vontade. Imagine a solidão, a companhia e a escolha. Imagine só o observar, o não ter e o não saber o que decidir. Imagine juntar o olhar, o pegar e o possuir. Imagine uma sereia, uma oportunidade e uma pérola. Imagine quebrar, soprar e remar. Imagine consertar, enxaguar e deslizar. Imagine sair do aquário, ir para a banheira e explorar o mar. Libertar o peixe, prolongar o banho e usar a pérola. Imagine a felicidade, o relaxamento e a vaidade. Agora, imagine um aquário sem peixe, uma banheira sem espuma e um marisco sem pérola. O que olhar, o que ensaboar e o que desejar?
...Imagine, imagine o que quiser, siga as atrações. Preencha os espaços.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Já passei fome!

Cá estou eu, adiando um possível artigo e fazendo outra aposta comigo mesma: acordar relativamente cedo para dar continuidade ao artigo amanhã. Confio nas minhas apostas, elas sendo restritas a mim, têm mais chances de darem certo.

Enquanto isso...vou bater um papo com o meu passado recente.

Mês de Junho. Noite agradável: nem muito frio nem frio. Resolvi me adiantar no banho e ir jantar mais tarde. Pedi carona para alguém que nunca tinha falado antes até o refeitório. Chegando lá, o refeitório já estava fechado. Que droga! Tudo bem, eu sabia que a comida ia ser ruim, mas ficar sem comer era pior. O que restava? Caminhar 1km a pé e sozinha num campus desconhecido até a barraca e comer algumas bolachas Bono que ainda restavam.
No percurso, desolada, andando em passos que intercalavam corridas e caminhadas surge um grupo de amigos: duas moças e um rapaz. Eles estavam indo ao refeitório. Paro-os e digo: vocês estão indo no refeitório? Ele está fechado. Uma onda de desânimo assolou aqueles jovens. Mas, um gesto mudou o meu humor. O rapaz estranhamente vira-se em minha direção, abre os braços, faz uma cara de consolo e me diz: "tu tá triste?" Silêncio. Ele continua: "Quer um abraço?"Aquilo me desarmou. Recusei. A cena foi cômica, o guri era cômico. Depois disso, o grupo perseverante seguiu caminho em busca de comida, eu fui junto! Tentamos ligar para alguma tele-entrega: insucesso. Tentamos conseguir carona até o supermercado mais próximo: insucesso. Tentamos achar alguma árvore frutífera: sem resultado. As duas moças ficaram paradas tentando descobrir alguma outra forma de conseguir comida, sei lá... De certo ficaram rezando para que hambúrgueres com batatas fritas caíssem do céu. Eu e o rapaz fomos em busca de comida, estabelecemos uma missão: se a gente conseguisse comida ele conseguiria o meu abraço. Para concluir a meta, rodeamos todo o campus procurando algum foco escondido de carboidrato, gordura ou proteína. As horas passavam e nada, a busca já estava baseada no filme: "Missão Impossível". O que nos alimentou mesmo foi o bom-humor, as comidas imaginárias e a nossa incrível imaginação fértil! "E se isso for um jogo? E se tiver alguém manipulando a gente? Vamos voar? Imite uma galinha!" Mas, mesmo assim, a busca prosseguia. Qualquer indivíduo que aparecia diante de nós a gente perguntava: "sabe o número de alguma tele-entrega?" Suplicávamos por comida. Era preciso absorver energia. Depois de muito tentar, surge uma alma desconhecida naquela escalada da noite que nos informou que havia uma senhora que fazia cachorro-quente. Como chegaríamos até ela? Bom, o que foi nos informado: "vão até o final dos apartamentos e dobrem à direita". Corremos. Outro problema surgiu. Que apartamento é o da mulher que faz cachorro-quente? Sei lá. Vai nesse mesmo. Que chute! Acertamos. Até que enfim! Depois de alguns bons minutos sentados, ansiosos e conversando chega o mais saboroso cachorro quente daquela noite!

Comendo, pedaço por pedaço, sem pressa de chegar ao fim, colocando na boca o valor daquela conquista voltamos ao alojamento. Missão Cumprida. Abraço dado.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Aos meus leitores intrigados...

Que não escondem a angústia por não conseguirem interpretar o silencioso som das palavras que escrevi em minhas redações de até então. Destaco os meus amigos que preferem o sentido objetivo em frases explícitas, concordo que esses intelectuais também são merecedores de poderem apreciar um texto que não os remeta a mais profunda reflexão, que não faça-os forçarem sua imaginação e nem construírem imagens inexistentes. Uma redação que não seja abstrata, ilegível e inadequada.

Entretanto, ninguém está destinado a compreender da forma mais exata possível um texto qualquer, dar a mais básica olhada e rapidamente interpretá-lo. Muitos textos explícitos, os quais caracterizo como transparentes, ao meu ver, são sem graça, pois é o colorido que preenche os vazios e para preenchê-los é preciso ter magia na mente e não complexos de drogas! Dedico isso aos moços da engenharia: não são só elas que fazem um ser viajar.

Ao futuro bom economista digo que nem todos entendem o que é essa maldita palavra: "procrastinação". Desculpem-me os leitores que tem o dicionário na ponta da língua. Mas, fora esses: alguém sabe o que é? Isso não parece com uma palavra de significado desconhecido, dita por um pseudo-intelectual? Pois bem, não critiquemos esse humilde rapaz, ele apenas usou em seu perfil a palavra "procrastinação" porque foi o pensamento subjetivo dele que a inspirou. Pouco importanto se ela seria entendida por todo o seu orkut. Pouco importando se seu significado seria objetivo, explícito. Se ele tivesse considerado a "transparência" da palavra, teria colocado em seu perfil: ADIAMENTO DE AÇÃO - é apenas isso que "procrastinação" quer dizer - e cá pra nós: "procrastinação", mesmo sendo esquisita, deu mais valor e mistério ao pensamento do moço.

Um último comentário é referido diretamente a uma pessoa muito querida, que também julgou e que agora vai ser julgada. Futuro médico, afinal: O QUE FIDEL FEZ?? O que tanto ELE te abalou? Me fiz essas perguntas ao ver, também, o perfil do orkut desse outro bom rapaz. Em sua página estava escrito: "A culpa é do Fidel". Não entendi nada! Repito: foi o pensamento subjetivo dele que a inspirou. Isso deixaria os seus amigos intrigados por não entenderam a interpretação dada por esse outro pseudo-intelectual. Não muito satisfeita rolei o botão do mouse e logo deparei-me com outra mensagem subliminar. Assim estava escrito: quem sou eu:Algumas vezes: Elton Tavares...E) Nenhuma da anteriores. Nossa! Pura abstração. Quem é Elton Tavares meus caros amigos? Digo mais: quais são as outras respostas anteriores?

É, não dá para entender. Mas, se usarmos o colorido, a abstração e se tivermos certeza do que isso significa, todos os textos, serão interpretados e preenchidos - seja da maneira que for. Nem que para isso precisemos de dicionários e bom-humor para aguentar tanta contradição.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

2+9 de julho.

A música parou, as pessoas sumiram, a luz acendeu. Um olhar permanente e profundo, um sorriso encantador e pronto: foi avassalador. Correu, mas bem devagar. Subiu olhando pra trás. Fugiu, mas não se escondeu. Era fato: queria ser vista.

Nova mensagem. Consumado.

O ar gélido, a lagoa calma, o vento nos rostos. Dois olhares. Um pensamento.
Perguntas. Respostas. Qual é a música? Bob Marley. Qual é a figura geométrica? O quadrado. Tudo se encaixava. Passou da hora. Objeto infungível para cá, objeto infungível para lá. Impressionante.

O que restou na última hora? "Até logo." "Até logo". O que pode-se dizer? Que foi como beber a bebida púrpura , ( leiam: "O dia do curinga") pura e insana mistura de sensações.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Ofício Juvenil

Cumprindo a aposta: em frente a lareira, televisão no mute, folhas de civil ao lado. Barulhos contínuos de água? Fui conferir. As torneiras estavam fechadas. Estranho.

Caminho: Rio Grande - Pelotas;
Hora: meio da tarde, sol entre as nuvens;
Carro: estacionado;
Vidro traseiro: aberto;
Alcance da visão: dois operários comendo salgadinhos e tomando coca-cola na frente de um supermercado, uma moça passeando com o sua cachorrinha para lá e para cá, um carro branco ao lado esquerdo, um caminhão atrás e outro na frente. Pequenos projetos de árvores com folhas secas e dois limoreiros com contáveis limões prontos para serem visgados ao lado direito...

Em um momento oportuno a moça com sua cachorrinha se aproxima:

"Jana! Vamos roubar os limões???" Pergunta sem obtenção de resposta no momento.

Em uma segunda olhada para os limoeiros, surge um senhor - estatura baixa, movimentos lentos, vestes grossas, chapéu e um cesto mediano em uma das mãos.
Observo.
Uma braçada, uma pegada, um limão jogado no cesto. Uma tirada de galho para o lado, duas pegadas, dois limões jogados no cesto. O senhor é atrevido, ele não se contenta com os limões mais fáceis de serem pegos. Ele quer o topo, ele ambiciona a dificuldade. Pega um tronco sacode insessantemente, torce para que dezenas de limões caíssem sobre sua cabeça. Sacode, sacode. Nenhum limão cai! Lastima o insucesso. Entretanto, não desiste. Persiste. Mudança de planos: se agarra no tronco cheio de escamas. Força um escalada. Temi seu tombo. O peso do corpo daquele nobre senhor estava propenso a ser puxado pela força da gravidade que tangia sobre aquela circunstância. Lembrei a infância, subir em árvores requer técnicas. Já preocupada, continuo observando - não negando que seria cômico se ele tombasse- aquele senhor conseguiu!
Uma braçada, uma pegada, um limão jogado no chão. Uma tirada de galho para o lado, duas pegadas, dois limões jogados no chão. A pontaria era falha, pois os limões não caim no cesto. Nada disso importava. O senhor estava nas alturas, os limões era bons. Com a dificuldade para alcança-los, não me espantaria se aqueles limões fossem doces. Mas, se amargo ou doce, isso não importava. Eram apenas limões. Ofício de um velho senhor, o qual ainda pratica as artemanhas juvenis.

Resposta dada a minha antiga pergunta: "Ainda bem que não roubamos os limões!"

terça-feira, 27 de julho de 2010

Aposta n.1 comigo mesma: pelo menos nos três primeiros dias de blog escreverei alguma coisa.
Isso consolidaria a existência dessa página que existe porque existe vezes(x) a pelos menos mais três soluções que tenho internamente comigo.

O dia está praticamente acabando, faltando aproximadamente uma hora para o término. De todo esse tempo vivido hoje, destaco uns 5 minutos de instinto animal:

Uma, duas, três, quatro fincadas no chão, um "pé" de cada vez. 1o parada: sem sucesso, 2o parada: previsão de acerto. O local é cheirado, o espaço é calculado. Nhec!Nhec! O que está acontecendo? Que barulho é esse?Nhec!Nhec! O ruído persiste...as ilusórias atiradas de terra para trás e os buracos planos feitos no tapete são a única condição para poder deitar-se. Esparramar-se. O som esquisito, chato contínua e só após alguns segundos a intensidade é diminuída, o silêncio estava voltando ao local. Paro minha leitura. Reparo em duas voltas, círculos quase perfeitos e pronto: o berço.

A começar...

pelo incomum? Não diria isso.

Motivos para se comer sorvete no inverno:

1- o sabor é sentido com mais intensidade;
2- custa menos;
3- demora mais para terminar;
4- é, ele é ainda mais gelado;
5- e é engraçado ver as pessoas na rua ti olhando com cara de esquisito ou como se fôssemos de outro planeta, por apenas estarmos saboreando um gostoso sorvete no inverno!